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A linguagem radiofônica é um dos caminhos utilizados pela Rede ASA para ampliar e ecoar as vozes políticas pela Convivência com o Semiárido. Nesta perspectiva, está sendo compartilhada a Série Enconasa, com programas, spots e cordéis sobre os processos culturais e políticos presentes nos Encontros Nacionais da ASA. O material resgata um pouco da história e contextualizar os debates das edições dos Encontros Nacionais da ASA - ENCONASAs. Há também a proposta de abordar as expectativas presentes para a nona edição do Encontro, que levante o tema dos "Povos e Territórios: resistindo e transformando o Semiárido".
Todas as peças estão disponíveis para download e podem ser utilizadas desde a veiculação em emissoras de rádio (transmissoras ou poste) como em mobilizações e reuniões, além das plataformas digitais. Outra sugestão, é inserir as peças na programação de outros programas radiofônicos que também defendem a Convivência com o Semiárido.
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Os preparativos para a nona edição do Enconasa seguem a todo vapor pelos estados que compõem o Semiárido do país. A partir do tema “Povos e Territórios – resistindo e transformando o Semiárido”, a ASA Potiguar será a anfitriã dos debates e construções políticas de convivência com o Semiárido, que serão realizadas em Mossoró (RN), de 21 a 25 de novembro.
Yure Paiva é coordenador da ASA pelo Estado do Rio Grande do Norte. Ele ressalta que a região escolhida para o IX Enconasa simboliza a luta e resistência popular presente no Semiárido: “nós estendemos que todos esses povos, todos os territórios estão sendo ameaçados, principalmente pelos grandes projetos, pelos grandes impactos do agronegócio, do capital estrangeiro, do capital especulativo, que estão, de certo modo, tirando dessas famílias, desses povos, o direito de continuarem resistindo e lutando para ter os seus direitos garantidos e respeitados”.
Diante da atual situação política do Brasil e das diversas medidas que ameaçam os direitos e as conquistas populares – com, por exemplo, as políticas de convivência com o Semiárido - o IX Enconasa é um espaço estratégico para a reflexão coletiva e a construção de propostas.
“Nós estamos vivendo um momento de muitas mudanças no cenário político, estamos percebendo que as políticas públicas de convivência com o semiárido podem estar ameaçadas. Então, esse é o contexto político da realização do Encontro”, explica Valquíria Lima, coordenadora da ASA pelo Estado de Minas Gerais.
As edições do Enconasa contam a participação de organizações da sociedade civil que articulam o debate sobre pautas políticas e culturais para o Semiárido. Raniere Barbosa é coordenador da Coopervida (RN) e alimenta expectativas de conquistas sociais para a região: “esse Encontro será um momento onde estarão dialogando os movimentos sociais, as entidades e os estados nessa perspectiva de pensar o Semiárido a partir de uma realidade política totalmente adversa”.
O IX Enconasa está sendo organizado a partir de dez temas sociais. Ivi Dantas, que é coordenadora do Centro Feminista 8 de Março e da Marcha Mundial das Mulheres, reafirma a importância das atividades: “é um momento de retrocessos para a vida das mulheres, para os movimentos sociais e para o Semiárido. e o EnconASA vai ter o desafio de pautar esse retrocesso e de construir alternativas”. Estarão em pauta temas como Agroecologia, Comunicação, Educação, Sementes, Comercialização, Mulheres e Feminismo, Direito à Terra, Direito à Água e Povos Tradicionais.
Texto e foto: Ellen Dias - comunicadora da Coopervida

O último Encontro Estadual do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA) aconteceu em Itapipoca e também no Trairi, na praia do Mundaú, entre os dias 19 e 21 de outubro. Além de promover a troca de experiências e conhecimentos entre as/os integrantes da Rede, fortalecer as estratégias de Convivência com o Semiárido e refletir sobre o cenário político, o momento teve como objetivo a preparação da delegação do Ceará para o IX Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro (EnconASA).
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A mística de abertura, embalada pela música "Desesperar Jamais", de Ivan Lins, deu o tom de luta e resistência dos povos do Semiárido ante a atual conjuntura política. O evento foi, ao mesmo tempo, um momento preparatório para o IX ENCONASA, a ser realizado em novembro, na cidade de Mossoró-RN. A ASA Sergipe optou por trabalhar as atividades a partir do tema do próximo ENCONASA, "Povos e Territórios: Resistindo e Transformando o Semiárido".
Metodologicamente, o Encontro substituiu as mesas por bancos de diálogos. Ao todo, foram quatro bancos. O primeiro foi conduzido por Rafaela Alves, do Movimento dos Pequenos Agricultores e Agricultoras (MPA), João Alexandre, coordenador da ASA pelo Estado de Sergipe e o vereador Iran Barbosa. Os três conduziram uma profunda análise da conjuntura política atual.
Iran destacou que o momento é grave e que exige uma unidade das forças trabalhadoras: “O momento exige que reflitamos juntos, ou seja, a realização de uma reflexão que não isole os trabalhadores/as do campo e os da cidade, posto que os desafios são muitos grandes”. Ele chama atenção ainda para a agenda que está sendo praticada pelo o atual governo, a mesma que foi rejeitada nas urnas desde 2002.
“Vivemos um cenário de golpe no nosso país, devido ao fato de que a cada minuto, dia que passa, se fortalece a concepção de que no Brasil se encontrou um jeito de afastar um governo eleito, não pelos problemas ou fragilidades, mas para se implantar uma agenda que tinha sido derrotada desde o ano 2002. No entanto estamos vendo que de forma muito aligeirada, a pauta que foi derrotada lá atrás pelo povo está sendo agora implementada a passos largos”.
No momento ainda foi feita uma reflexão sobre a aprovação da PEC 241, que veio ser chamada agora como PEC 55 no Senado Federal. A proposta é exatamente a coroação das ideias que conseguimos "barrar e limitar lá atrás". Rafaela chamou atenção para a necessidade da retomada dos trabalhos de bases. Ela destacou o papel da juventude em todos os momentos da história e de como ela está cumprindo brilhantemente seu papel nesse contexto atual: “Há uma forte resistência da juventude ante tudo isso que está acontecendo. As ocupações das escolas e das ruas é uma demonstração clara de que estamos vivos”.
Rafaela ainda destacou que o ENCONASA deve apontar com clareza as estratégias e as táticas que nortearão os camponeses e camponeses na sua militância na organização das bases para a resistência e luta nos próximos anos. “ É preciso traçarmos os passos certinhos que vamos dando e não podemos pregar o desespero”, pontuou Rafaela.
João Alexandre reforçou o papel dos ENCONASAS na trajetória da ASA e o IX como um momento que marcará a resistência e luta dos povos do "Semiárido por Nenhum Direito a menos". Na sequência aprofundamos essa análise em uma construção participativa de uma linha do tempo, facilitada por Iva Melo, pesquisadora bolsista do Projeto de pesquisa Sistemas Agrícolas Familiares Resilientes a Eventos Ambientais Extremos no Contexto do Semiárido Brasileiro (Projeto ASA/INSA), pudemos analisar e visualizar os embates ideológicos e de modelos de desenvolvimento para o Semiárido ao longo das últimas sete décadas. O trabalho serviu entre outras questões para aprofundamos os avanços nas políticas sociais na última década e ratificar a ameaça e o atraso que representa a PEC 241/ ou PEC 55/2016.
O segundo banco de conversa com o tema Agrobiodiversidade, caminhos para convivência, propiciou a troca de saberes sobre o tema na ótica de um técnico agrícola, um agricultor experimentador e um engenheiro agrônomo. Sendo o Encontro um momento de reafirmar nossas identidades a noite cultural foi marcada por um lindo forró de pé de serra. Onde as músicas e a dança reanimaram as energias para o dia seguinte.
Se o primeiro dia foi marcado por profundas análises da conjuntura, o segundo dia trouxe em sua mística a certeza que precisamos estar juntos e animados na fé e no sentido de sermos comunidade. Para animar o dia foi trazido ao som de pandeiros e palmas a canção Baião das comunidades de Zé Vicente que tanto já animou as comunidades de base à luta.
Entrando de vez no clima do IX ENCONASA, fizemos uma viagem pelas ondas sonoras do programa de rádio, produzido pela ASAcom, que narrou a história dos oito Encontros Nacionais já realizados pela Articulação Semiárido.
Mais dois bancos marcaram o encontro no segundo dia, o primeiro com o tema Gênero e Convivência conduzido por Euziane Rafael do MPA e Assessora de gênero do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial (NEDET). O último banco do encontro teve como título: Banco de Saberes práticos sobre convivência com o semiárido e foi conduzido pelas camponesas: Josefa Vieira e Edileuza Araújo e os camponeses: Eduardo Leal e Carlos Soares.
Eduardo Leal, 25 anos, destacou a importância da mão obra familiar como um elemento importante para a produção no campo, para ele não se pode contratar todos os serviços necessários para o desempenho da propriedade porque isso se torna insustentável, assim o aprendizado é fundamental: “ Lá no sítio a minha maior fonte vem da citricultura, e a enxertia é cara se for pagar para fazer. O que eu fiz, fui aprender a fazer e agora as enxertias da propriedade são feitas por mim”.
Dona Josefa, falou com emoção da sua condição de mulher separada, autônoma e dona de sua vida. Para ela o segredo da convivência é diversificação de cultivos e o amor ao que se faz. O respeito à natureza e ao bioma caatinga e a ASA no processo de formação e transformação da prática foi trazida como força nas falas de Edileuza e Carlos.
Fechando o encontro a rede de comunicadores do estado trouxe o debate sobre a luta pela democratização da mídia, numa breve apresentação de imagens sobre as ocupações pelo País e mobilizações dentro do estado e que não há divulgação na imprensa. Refletimos sobre as intencionalidades da comunicação, que é apenas o de manipular a opinião pública a serviço das elites.
Ainda foi apresentado o boletim estadual "O Voo da Juriti", que está de cara nova, o painel do estado para o ENCONASA.
O Encontro foi finalizado ao som da música de saudação do ENCONASA Potiguar e gritos de animação para luta.

Visibilizar a convivência com o Semiárido, o armazenamento de sementes crioulas e a agroecologia como o modelo de produção a ser implementado em toda a região semiárida. É com este desafio, que a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realiza a IX edição do EnconASA (Encontro Nacional da ASA), na cidade de Mossoró (RN), no território Vale do Açu no oeste Potiguar. O evento abordará o tema “Povos e Territórios: Resistindo e Transformando o Semiárido” e reunirá mais de 400 pessoas vindas de todos os estados do nordeste e do Norte e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

“A PEC 55 (Proposta de Emenda à Constituição) que congela gastos públicos por 20 anos é a decretação da volta da miséria e da fome. É um verdadeiro crime contra o povo pobre”. A afirmação é do ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República do Governo Dilma, Gilberto Carvalho, um dos debatedores da mesa que discutiu os cenários e conjuntura política e nacional – conquistas e ameaças aos direitos e à democracia, que aconteceu na tarde desta segunda (21) como parte da programação do primeiro dia do IX EnconASA (Encontro Nacional da Articulação Semiárido), em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
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“A feira expressa a nossa cara, expressa nossa maneira de inventar e reinventar. De dizer que somos capazes, por toda dificuldade que passamos e vivemos”. Foi assim que a agricultora membro da Rede Xique-Xique, Francisca Eliane, conhecida por Neneide, definiu os espaços das feiras agroecológicas e livres que permeiam a cultura dos povos do semiárido brasileiro, no evento de abertura da feira de saberes e sabores do IX EnconASA. Ao final de sua fala, neneide convidou os presentes a conhecerem a feira. “Visitem as barracas, vejam a diversidade que temos tanto da economia solidária como da agroecologia. Como Rede Xique Xique da agricultura familiar, como de nós mulheres”.
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Povos e Territórios: Resistindo e Transformando o Semiárido. Foi com este tema que o IX EnconASA deu início ao seu segundo dia. No painel, uma diversidade de povos e territórios para contar suas histórias de lutas e resistências. A mesa contou com a presença de Elias Freires, representante da juventude rural de Pernambuco; Maria Rosalina dos Santos, representando comunidades quilombolas do Piauí; Ivaneide Maria Souza Santos, liderança na comunidade índigena Xakriabá, do norte de Minas Gerais; Ivone Brilhante, do movimento de mulheres da Chapada do Apodi; Lourdes Vicente, do Movimento dos Sem Terra; além do Professor Dr. Roberto Marinho, do Rio Grande do Norte que levantou reflexões sobre o movimento de lutas, resistências e transformações do Semiárido.
Dentro da programação autogestionada do IX Encontro Nacional da Articulação Semiárido – EnconASA, que acontece na cidade Potiguar de Mossoró entre os dias 21 e 25 de novembro, agricultoras, assessoras técnicas, ativistas de movimentos e coletivos feministas realizaram na tarde desta quinta-feira (24) uma Plenária de Mulheres do Semiárido.
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Durante o IX EnconASA, que foi realizado entre os dias 21 e 25 deste mês, na cidade de Mossoró (RN), agricultores/as, técnicos/as, comunicadores/as e convidados/as tiveram a oportunidade de discutir a atual conjuntura política do país em vários momentos do evento. O ponto alto de todas essas reflexões ocorreu durante o ato público, realizado na última quinta-feira (24), quando os participantes do encontro ocuparam as ruas para expressarem a insatisfação e alertarem sobre os perigos que o atual governo pode representar para o povo brasileiro através do desmonte de muitas conquistas sociais.
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Na última quarta-feira (23), os participantes da nona edição do Encontro Nacional da ASA (EnconASA) foram ao encontro de 11 comunidades e assentamentos da agricultura familiar camponesa no território do Apodi. O oeste do Rio Grande do Norte é uma região de terras férteis dentro do Semiárido, uma zona de confronto entre os dois modelos de produção agrícola: a agricultura familiar agroecológica e o agronegócio.
É a história de perseverança e resiliência traduzida nos versos de Dona Lita e vivenciada por milhares de Joões e Marias que habitam o Semiárido brasileiro, que nutre a luta e a resistência da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). E foi neste clima que aconteceu entre os dias 21 e 25 deste mês, o IX Encontro Nacional da ASA (EnconASA), na cidade de Mossoró (RN). “A gente se pergunta: o que fizemos nesses dias de EnconASA? Viemos povos e territórios que estamos fazendo a transformação do Semiárido. Vimos o caminho que fizemos e sabemos que esse caminho constrói justiça e marca a construção de uma sociedade diferente. Vimos que a ASA não construiu isso sozinha, nós construímos em parceria com muitos movimentos, e neste EnconASA, a ASA assume este compromisso de continuar o caminho. O objetivo nosso é que a gente continue a construção desse Semiárido mais justo. É o caminho que está presente na nossa vida, na nossa luta. E nestes caminhos nós somos fortes porque somos diversos”, Naidison Baptista, Coordenador-executivo da ASA Brasil.
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Há trinta anos, durante a Ditadura Militar, no Semiárido, um milhão de pessoas morriam em decorrência dos efeitos da seca e da total ausência do Estado. Centenas de milhares migravam de suas terras em tristes partidas para outras regiões. Aquela realidade ficou no passado. Vivemos hoje o quinto ano de uma estiagem ainda mais severa e nenhum ser humano teve sua vida ceifada pelos efeitos da seca. Esta nova realidade resulta de políticas de convivência com o Semiárido, pautadas nas estratégias e práticas construídas e desenvolvidas pelos muitos povos do Semiárido que se articulam na ASA.
Enfrentamos, no momento presente, duros golpes contra nossas conquistas e nosso futuro. Profundos cortes orçamentários vêm sendo feitos nos programas sociais, inviabilizando políticas de apoio à agricultura familiar, a povos e comunidades tradicionais, a garantia de segurança alimentar e nutricional. Mesmo assim, seguimos unidos na luta por um modelo de desenvolvimento que fortaleça uma nação soberana e democrática. É NO SEMIÁRIDO QUE A VIDA PULSA, É NO SEMIÁRIDO QUE O POVO RESISTE!

Frente à conjuntura política brasileira, em que estão sendo votadas e aprovadas Propostas de Emenda Constitucionais (PEC´s) que impactam diretamente na perda de direitos essenciais das populações do Semiárido, como terra (PEC 215), saúde, educação e previdência (PEC 55); os jovens, vindos de todos os estados do Semiárido, que participaram do IX EnconASA se reuniram e debateram à luz desta realidade, quais bandeiras e ações devem ser adotadas para garantir que direitos sejam assegurados.

Quando o investimento de recursos públicos em áreas de interesse social não é prioridade para o governo de Temer Golpista, as ações de convivência com o Semiárido não fogem à regra. Neste cenário de escassez, a Fundação Banco do Brasil anunciou durante o IX Encontro Nacional da ASA (EnconASA), em Mossoró, o aporte de R$ 17 milhões para a implementação de tecnologias sociais de estoque de água em nove estados do Semiárido (de Minas Gerais ao Piauí).
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