Mossoró - A safra não vingou. Faltou chuva. As secretarias de Agricultura de Apodi e Pau dos Ferros informaram que os pequenos produtores rurais não vão conseguir produzir 10% do que esperavam. Na região de chapada do Apodi, “o prejuízo será de 100%”, afirma o secretário Eron Costa. “Esperamos que através da irrigação, possamos salvar parte da lavoura na localidade do Distrito Irrigado”, diz o secretário Jodaci Rêgo, de Pau dos Ferros.

Um destes agricultores que esperam salvar parte da safra, Luiz Anísio de Sousa, de 42 anos. Ele plantou dois hectares de feijão de corda na comunidade do Distrito Irrigado, zona rural de Pau dos Ferros. Anísio esperava produzir 20 sacos (60 kg) de feijão e agora vai ter que gastar um pouco mais para conseguir tirar pelo menos a metade irrigando. “É que a escassez de chuvas fez o feijão não vingar bem, prejudicando a safra”, destaca.

Em Apodi, o agricultor Francisco Raimundo, do Sítio Sororoca, perdeu tudo na área que precisou de 3 horas e meio de corte de trator. Segundo Eron Costa, assim como Seu Raimundo, todos os demais agricultores da região da Chapada perderam tudo. Na região da várzea, também não vingou a produção de arroz. O milho também não rendeu. Na região de Riacho da Cruz, Itaú, Severiano Melo, São Francisco do Oeste e Rodolfo Fernandes, o cenário é o mesmo.

O quadro um pouco mais confortável é observado na região serrana de Martins, Portalegre, Luiz Gomes e São Miguel. Mesmo assim, nesta região a safra ficou muito além do que estava sendo esperado. Também perderam quase tudo na região de Caraúbas, Olho D’Água dos Borges, Umarizal, Rafael Godeiro, Patu, Frutuoso Gomes, assim como a região de Alexandria, Pilões, Antônio Martins, Marcelino Vieira e Tenente Ananias.

Jodaci Rêgo e Eron Costa não escondem a preocupação com o quadro vão enfrentar logo a partir de agosto. “Certamente vai faltar arroz, feijão e milho. Os rebanhos vão começar a encontrar dificuldade para alimentar seus rebanhos”, diz Eron Costa, que está concluindo relatório apontando o quadro de emergência na zona rural do município. O mesmo está sendo feito em Pau dos Ferros.

A preocupação dos secretários de Pau dos Ferros e de Apodi chegou ao presidente da Associação dos Municípios da Região Oeste (AMORN), prefeito Marco Aurélio, de Riacho da Cruz. “Vamos expor esta preocupação durante seminário no dia 11 na Praça de Eventos de Pau dos Ferros. Precisamos unir as forças dos prefeitos e adotar medidas que possam reduzir o impacto negativo da seca iminente”, destaca Marco Aurélio.

O meteorologista Uélington Pinheiro, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), confirma a ‘seca verde’. Segundo ele, o período de inverno no semi-árido compreende entre fevereiro e maio. A média histórica de chuvas no semi árido do RN (92% do território) é 750 milímetros. “Este ano foi 50% abaixo deste nível, configurando-se a seca verde. Os dados estão disponíveis no site da Emparn”, informa Pinheiro.

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