Entendemos que a tomada do Governo Dilma faz parte dessa estratégia do capital internacional, aqui liderada por uma elite machista, sexista e homofóbica, que nunca aceitou a derrota nas urnas e o avanço das conquistas sociais. O que está em jogo não é apenas a derrubada de uma presidenta eleita legitimamente pela vontade popular, mas a derrubada de inúmeras políticas que vêm transformando a vida de homes e mulheres em todo o Semiárido brasileiro, entre as quais merecem destaque: Programa Água para Todos, em especial as cisternas de placas; Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Pronatec; Minha Casa Minha Vida; Mais Médicos; Assistência Técnica; Bolsa Família; Garantia Safra; Pronera; Expansão das Universidades e Centros Tecnológicos; entre outros.

Embora ainda estando num momento inicial de apropriação da máquina pública, a elite conservadora, a cada dia, explicita o seu projeto de exclusão de direitos e políticas construídas com muita luta. São ameaças reais como: extinção dos Ministérios de Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), estes responsáveis pelos avanços, principalmente na agricultura familiar.

Está também sob ameaça real toda a metodologia de participação social, através da qual a sociedade contribuiu diretamente na construção de inúmeras políticas públicas. A ideia é diminuir o Estado e seus serviços para aumentar o lucro das grandes empresas, privatizando os serviços públicos.

Diante desse grave quadro, a ASA entende que só o resgate de princípios éticos e democráticos, o funcionamento imparcial das instituições e a união das forças populares do campo e da cidade serão capazes de restabelecer o processo democrático e avançar na construção de um País mais justo e solidário.

Dessa forma, a ASA não reconhece a legitimidade do atual governo e se somará a todas as forças vivas e democráticas que resistem ao golpe parlamentar e lutam diuturnamente para que os direitos e conquistas adquiridos, à custa de muito enfrentamento, continuem sendo efetivadas e implementadas, para que tenhamos um Semiárido cada vez mais vivo e SEM NENHUM DIREITO A MENOS!

Semiárido Brasileiro, 09 de junho de 2016

Coordenação Executiva da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA)