Giro pela Imprensa

Não é mais tempo de perguntar "se" é necessária uma economia verde, inclusiva e ética. A questão agora é "como" adotá-la

VIVEMOS UM momento único no Brasil, em que as evidências das mudanças climáticas e seus efeitos sobre a vida no país começam a ganhar mais destaque do que a própria crise financeira.

A sociedade civil tem se organizado para propor uma agenda nacional diferente daquela que vem sendo discutida oficialmente pelas entidades associativas e pelos partidos políticos, entre outros.

Trata-se de movimentos que buscam pôr o Brasil na trilha do crescimento econômico com equilíbrio ambiental e justiça social, o tripé da sustentabilidade. Porém, as iniciativas são fragmentadas e precisam convergir para uma mesma agenda nacional. Atores representativos da sociedade estão hoje reunidos para assumir compromissos de redução de emissões de CO2 e com sugestões ao governo brasileiro para a COP-15, a reunião mundial do clima que vai se realizar em Copenhague, no final do ano.

Engajados em trazer a sustentabilidade para plano principal do debate, ainda não conseguem constituir um todo orgânico que impulsione a cidadania a um avanço de consciência significativo em relação ao desenvolvimento sustentável. Falta uma força catalisadora que congregue essa e outras iniciativas futuras sob uma mesma égide.

Essa força é a expressão da sociedade organizada que pode adquirir múltiplas formas. Seja qual for, é inevitável que coloquemos a sustentabilidade no centro da agenda política.

Não estamos mais no tempo de perguntar "se" é necessária uma economia verde, inclusiva e ética. É tempo de perguntar "como" adotá-la. Estamos falando de uma "nova" economia, de baixo carbono, que recupera, reúsa e recicla incontáveis vezes os seus recursos e insumos.

Não será uma economia "de" mercado, mas "com" mercado, na qual o consumo, consciente, será uma vertente, porém não a "razão de ser" dos negócios. A sociedade dela decorrente também terá outros valores e outras expectativas.

Assim sendo, qual o papel dos diversos agentes nessa economia? Qual cidadania emergirá desse processo? Qual o papel do Estado? A função da iniciativa privada? Essas são, na verdade, algumas perguntinhas incômodas a que precisaremos responder para definir qual país queremos: um país que cresce por crescer ou um país que se desenvolve para prover uma vida digna no presente e garantir o futuro das próximas gerações?

O governo brasileiro está avançando numa proposta de metas de redução dos gases-estufa até 2020, para apresentar na reunião do clima em Copenhague, no final do ano. Se realmente conseguirmos adotar metas, vamos de fato assumir o protagonismo que devemos ter na construção do desenvolvimento sustentável em nível mundial.

E é isso o que demandam as diversas iniciativas sobre sustentabilidade existentes: que o país deixe de navegar na mesmice e assuma sua responsabilidade em ser parte importante na solução do dilema de civilização em que se encontra a humanidade. Esta, então, é a hora das empresas socialmente responsáveis. É preciso atingir dois objetivos, um imediato e outro de méd

Aconteceu em Lagoa Seca durante os dias 20 e 21 deste mês de agosto no Centro de Formação Maristas, o Seminário sobre o avanço da fumicultura no território da Borborema, ou seja, o avanço do plantio de fumo no território da Borborema, evento organizado pelas entidades e participação de agricultores familiares, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, ONGs, Emater, Embrapa Algodão, Universidades, Delegacia do MDA, Secretaria de governos ligadas a saúde e agricultura dentre outras.

Durante os dois dias as representações fizeram um panorama da realidade e avanços da cultura que representa grande perigo para quem produz, para quem consome e para o meio ambiente, além de representar cultura que causa grande dependência aos agricultores familiares envolvidos já que demanda grande mão de obra e produtos externos da propriedades dentre os quais perigosos venenos. Um rápido histórico sobre a ação negativa da empresa Souza Cruz, que, em parceria vem estimulando a produção da cultura na região do Brejo e Agreste paraibano com análises da trajetória de implementação da cultura em propriedades familiares rurais no Agreste da Borborema.

Stúdio Rural acompanhou o evento e conversou com representações diversas sobre a cultura e seus males dentro de uma relação de custo benefício que ao final causa grandes prejuízos não somente para as famílias produtora como também para o Estado, o país e o mundo já que trata-se de cultura geradora de inúmeras doenças.

O agricultor familiar José Leal, residente no município de Lagoa Seca, Brejo paraibano, disse ser de uma família tradicional de ex-plantadores de fumo que ao longo do tempo perceberam ser um produto gerador de dependência e miséria de forma ampla. “É uma das coisas mais perigosas que pode voltar a nossa região, quando eu falo voltar é porque eu nasci e me criei trabalhando em fumo com meus avós paternos e maternos e todos os familiares naquela época de 1940 a 50 e pra você ter uma idéia, eu comecei trabalhar com fumo eu tinha cinco anos”, argumenta Leal a iniciar seu diálogo com os ouvintes do Programa Esperança no Campo da Rede Esperança de Rádios e do Programa Domingo Rural em Rede.

Quem também dialogou com o s ouvintes da Programação de Stúdio Rural foi a coordenadora do Programa Nacional de Diversificação nas Áreas Cultivadas com Tabaco do MDA, Adriana Gregolin que falou sobre a importância de seminário e sobre as ações governamentais que estão sendo desenvolvidas como alternativa a produção do fumo que só traz problemas ambientais e para a sociedade como um todo. “A gente ressalta sempre para os participantes dos eventos, agricultores, técnicos, que essa mudança no sistema de cultivo é uma mudança que passa pelo sistema de produção como um todo, então nós temos alguns fundamentos do programa que ele deve ser pautado em qualquer projeto que estejam sendo implementados pelas instituições e são fundamentos como desenvolvimento sustentável(qualquer projeto ele tem que trabalhar nessa perspectiva da sustentabilidade das propriedades, tanto ambiental como social e econômica), a questão das parcerias que sejam projetos de execuç

O sábado do dia 22 de agosto foi marcante para os moradores das comunidades rurais de Vargem do Sal e Malhada do município de Caetité, situadas no semi-árido nordestino. Foi momento de celebração e ação de graças por iniciativas que têm transformado a vida de pessoas simples, batalhadoras e resistentes à seca. Mais que uma inauguração, foi um momento de reflexão a cerca das mudanças positivas ocorridas nessas comunidades, que antes sofriam com a falta de água e agora comemoram o sucesso de pro jetos populares como o P1+2.

O objetivo do P1+2 é ir além da captação de água de chuva para o consumo humano, avançando para a utilização sustentável da terra e o manejo adequado dos recursos hídricos para produção de alimentos (animal e vegetal), promovendo a segurança alimentar e a geração de renda.

O numeral "1" significa terra suficiente para que nela sejam desenvolvidos processos produtivos visando segurança alimentar e nutricional, e o "2" corresponde a duas formas de utilização da água - água potável para cada família do Semi-Árido e água para a produção agropecuária, de forma que as famílias de agricultores e o contingente por elas influenciado vivam dignamente.

Em Vargem do Sal o dia iniciou com a presença marcante da comunidade na capela, onde se reuniram dentre as mais diversas pessoas, os representantes da sociedade civil organizada de Caetité que foram lá para celebrar esse dia de fundamental importância na vida dessa comunidade. Estiveram representantes da Pastoral Carcerária, Pastoral da Educação, Comissão Territorial de Meio Ambiente, Rádio Educadora, além da Comissão Paroquial do P1+2 que é composta por vários representantes de segmentos da sociedade civil, como Cebs, Grupo Vicentinos, Pastoral da Criança, Paróquia Senhora Santana, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, além da Equipe Técnica do Programa.

A reunião festiva teve abertura com a fala do Pe. Osvaldino representante da paróquia Senhora Santana, o qual ressaltou a melhoria da qualidade de vida das pessoas e compromisso com a vida. Segundo ele "esse é um momento de reflexão sobre alternativas e convivência com o semi-árido, onde as pessoas precisam se organizar respeitando a natureza e aprender lutar por seus direitos reivindicando outras políticas afim de melhorar a qualidade de vida e garantindo a permanência dessas pessoas na terra".

Além do padre varias outras pessoas da comunidade e demais representantes se manifestaram falando da grande importância de projetos alternativos onde as pessoas garantem principalmente sua liberdade política e social.

De acordo com a unidade gestor do programa, o mesmo é financiado pelo Governo Federal através do Programa Fome Zero, que é repassado para a Articulação do Semi-árido - ASA, a qual juntamente com a comissão avalia as comunidades mais necessitadas e destina a construção dos empreendimentos.

Nas comunidades de Vargem do Sal e Malhada foram construídas cisternas calçadão, que capta

Depois de dois anos, 160 encontros municipais e 11 seminários regionais, o Pacto das Águas reúne, mais uma vez, os atores envolvidos no processo de discussão para formular o “Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Ceará”, o documento final do Pacto das Águas. O movimento, coordenado pelo Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa, estuda há dois anos a gestão, a disponibilidade e a qualidade dos recursos hídricos no Ceará. Além disso, aponta planos e ações para melhorar essas dimensões.

O II Encontro Estadual, iniciado ontem, reúne no Centro de Convenções 72 delegados representantes de cada região do Estado, 86 organizações da sociedade civil e do Governo que participam do Pacto e os integrantes dos comitês de bacias hidrográficas. “Cerca de dez mil pessoas se envolveram na elaboração do Pacto. Neste encontro, vamos revisar o conteúdo construído em dois anos. Cada bacia hidrográfica produziu um documento. Vamos pontuar cada um, confirmar qual instituição pode tocar cada coisa e aprovar uma versão final”, explica Eudoro Santana, coordenador do Pacto. Em outubro, o plano estratégico será entregue ao governador do Estado, Cid Gomes.

O chefe de gabinete da Agência Nacional das Águas (ANA), Horácio Figueiredo, participou da abertura do encontro. “É uma experiência nova. Mais uma vez, o Ceará é pioneiro em gestão das águas. O sucesso deste projeto pode servir de modelo para uma nova gestão”, comentou. O Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Ceará deve pautar alterações na legislação estadual de recursos hídricos de 1992.

“No ano que vem, vamos rever o Plano Estadual de RH e novamente o Pacto vai nos ser muito útil”, planeja o secretário dos Recursos Hídricos, César Pinheiro.

O titular da Secretaria das Cidades, Joaquim Cartaxo, aproveitou seu discurso para lembrar que o Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Ceará, produto do Pacto das Águas, vai nortear ações “não de um governo, mas de uma geração”.

E MAIS

- O Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos foi criado nesta gestão da Assembleia Legislativa e adotou como primeiro tema de trabalho a água, “pela transversalidade com todas as políticas públicas”, como explicou Domingos Filho, presidente da Assembleia, na solenidade de abertura do II Encontro Estadual do Pacto das Águas.

- As propostas estão divididas em: “Água e Desenvolvimento”, “Água de Beber”, “Convivência com o Semiárido” e “Sistema de Gerenciamento dos Recursos Hídricos”.

- Dentre os programas gerais, o Pacto destaca a garantia do múltiplo uso da água (como a água do Eixão das Águas, que deve ser para abastecimento humano, e não só para indústria); a necessidade de investir em saneamento básico e na coleta de resíduos sólidos no Interior do Estado; os programas de agri

A Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA/ PE) terá sua experiência lançada em livro na próxima quinta-feira, 10 de setembro, a partir das 19h, na Livraria Cultura Paço Alfândega, em Recife. A iniciativa do livro partiu da “afirmativa da ASA de que as desordens políticas, e não as ambientais marcam as dificuldades da vida no Semiárido”, diz a autora, Wedna Cristina Marinho Galindo.

O livro Intervenção Rural e Autonomia: A Experiência da Articulação no Semiárido/ASA em Pernambuco apresenta o trabalho de pesquisa de mestrado em sociologia realizado pela autora, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A publicação é resultado da parceria entre a UFPE, através da Editora Universitária, e as organizações que formam a ASA/PE.

A experiência da ASA/PE, conhecida durante a pesquisa, indica o desenvolvimento de processos de formação de autonomia das populações rurais, em torno de seus projetos de viver e trabalhar na região. Esse quadro é sustentado pelo discurso de defesa da convivência com o Semiárido que parece articular, dentre outros aspectos, estratégias produtivas na região, valorização das experiências de antepassados e processos de gestão coletiva do conhecimento. A pesquisa identificou esse discurso por oposição ao de combate à seca que tem mantido, historicamente, a dependência política dessa população.

Para a autora “concretizar o trabalho de pesquisa em livro possibilita-o ganhar uma existência para além das gavetas e prateleiras da academia, podendo assim, ser objeto de estudo, discussões, críticas que mantém em marcha o debate como condição de circulação do saber”.

ASA – PE: A Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA/PE) compõe a ASA Brasil e conta atualmente com cerca de 250 organizações da sociedade civil, que realizam ações concretas de convivência com o Semiárido brasileiro. Entre as ações estão os Programas de Mobilização Social para Convivência com o Semiárido Brasileiro Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) e Uma Terra e Duas águas (P1+2), que garantem água de beber e de produzir, respectivamente, para famílias de todo o Semiárido brasileiro.

Serviço:

O que? Lançamento livro Intervenção Rural e Autonomia: A Experiência da ASA/PE

Quando? Quinta-feira, 10 de setembro, a partir das 19h.

Onde? Livraria Cultura Paço Alfândega – Rua madre de Deus, s/n, loja 135, Bairro do Recife, Recife- PE.

* Colaboração de Catarina de Angola, Núcleo de Comunicação do Centro Sabiá, para o EcoDebate, 09/09/2009

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