A escassez de chuvas está longe de ser a única ou principal explicação para a falta de água que vem afetando nos últimos tempos a população em diferentes regiões do país. O desperdício no uso diário e na distribuição, o comprometimento de mananciais em decorrência da poluição e o descaso com soluções tecnológicas simples e baratas para aproveitamento de água da chuva são outros fatores que contribuíram para a grave situação atual.

Antônio Gomes Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), participou de Audiência Pública Interativa no Senado Federal para tratar do tema Crise Hídrica.

Membros do governo estadual da Secretaria de Conservação de Água do Estado de Gansu, na China, estiveram em Juazeiro (BA) e Petrolina, no final de maio, para conhecer tecnologias de captação de água da chuva e ações que viabilizam a Convivência com o Semiárido. Acompanhados de representantes do Instituto regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), eles visitaram a Embrapa Semiárido e a comunidade de Cachoeirinha, na zona rural de Juazeiro. O Irpaa tem contato com os representantes do governo chinês desde 1995 quando conheceram o programa de captação de água de chuva na região semiárida da China, chamado P1-2-1.

Crise hídrica muda a rotina dos brasileiros

O Semiárido brasileiro possui mais de um milhão e setecentos mil estabelecimentos rurais agropecuários, segundo dados do Sistema de Gestão da Informação e do Conhecimento do Semiárido Brasileiro (Sigsab). Deste total, cerca de 90% é ocupado pela agricultura familiar. Assim, considerando suas particularidades ambientais, é de fundamental importância buscar e promover alternativas, por meio de pesquisa científica e participativa, para a convivência sustentável na região.