Por Emanuela Castro - CMN/ASA PE

Recife está sediando um encontro histórico entre agricultoras e assessoras/es de organizações não-governamentais da Região Nordeste, com o “Seminário Regional para formação no uso das cadernetas agroecológicas nos projetos apoiados pelo FIDA no Brasil”, que acontece de hoje (3) até sexta-feira, 05 de julho.
Hoje pela manhã, a mesa de abertura foi composta por representantes do Semear Internacional, FIDA e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), o Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), e a reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE ).
A Coordenadora Executiva da ASA, Graciete Santos, pontuou a importância do seminário sobre as cadernetas agroecológicas e a parceria com o Fida. Destacou também o projeto político da ASA pautado na convivência com o Semiárido e afirmação dos direitos das mulheres na agricultura familiar, onde vem se desafiando a construir uma perspectiva feminista, ainda recente, ressalta. "Nós, organizações da ASA, reafirmamos o compromisso de visibilizar o trabalho produtivo das mulheres e seus saberes nos territórios. Estou muito feliz com essa iniciativa, pois a caderneta agroecológica é uma ferramenta importante para dar luz à economia feminista que reconhece todas as atividades não monetárias (cuidados, trabalho doméstico e auto auto consumo da família) que não é reconhecida pela economia clássica, oficial, mas que são fundamentais para a sustentabilidade da vida".
Durante sua fala, Graciete também destacou os esforços da ASA em pautar a economia feminista nos processos de formação e nas análises dos projetos produtivos, previstos no Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). "Nesse sentido algumas de nós estamos afirmando a importância de incorporamos as cadernetas agroecológicas nesse processo junto as organizações executoras desse programa". E fez um convite ao FIDA para uma parceria no sentido de ampliar a atuação das cadernetas agroecológicas nos processos de formação das equipes do P1+2. E terminou sua participação com um "Sem Feminismo, não há convivência com o semiárido".
Após a abertura do seminário, a programação segue com foco na formação sobre o uso das cadernetas, com pontos que vão desde a apresentação do Projeto das Cadernetas Nacional e a Experiência do Grupo de Trabalho de Mulheres da ANA (articulação nacional de agroecologia), à Sistematização e Monitoramento das Cartilhas. Ao final dos três dias serão entregues as cadernetas a serem utilizadas pelas participantes.
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