Por Gleiceani Nogueira - Asacom
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Montagem das placas| Foto: Gleiceani Nogueira |
A cisterna construída pela ASA na comunidade Sérgio Silva, no Complexo do Alemão, começou a ganhar forma na manhã deste sábado (16). A cisterneira Lindinalva, mais conhecida como Linda, do Rio Grande do Norte, e o pedreiro Eduardo Gomes, que está aprendendo a técnica, estão trabalhando na colocação das placas laterais. Essa etapa corresponde a 60% da obra. “Depois disso será feita a armação, o reboco interno e externo e por fim a cobertura, que inclui a montagem dos caibros ou vigas e das placas”, explica Linda.
Várias pessoas estão envolvidas na construção da tecnologia. Um grupo de quatro pessoas faz o transporte dos materiais (areia, cimento, arame, brita e ferro), das vigas e das placas. Estas tiveram que ser confeccionadas numa área que fica no início da comunidade, conhecida como Larguinho, devido à falta de espaço no terreno onde está sendo construída a cisterna.
Do Larguinho até a obra, os ajudantes andam cerca de 150 metros, por dentro de uma área verde. O transporte é feito em três etapas (Veja vídeo abaixo). Duas pessoas carregam os materiais e as peças da cisterna nas costas até metade do caminho, onde o percurso é mais inclinado e difícil. De lá, um deles os leva com um carrinho de mão até o portão de entrada da casa. No final do trajeto, os materiais são novamente carregados nas costas.
O acesso é a principal dificuldade para a conclusão da obra, que deve ocorrer na próxima segunda-feira. “No Semiárido, ela fica pronta em quatro dias. Mas lá as pessoas já conhecem a tecnologia. Aqui, além dos imprevistos, é a primeira cisterna construída na comunidade. Mesmo assim, vamos concluir em cinco dias porque têm muita gente participando”, avalia Linda.
Quem está acompanhando todo o passo a passo da construção é o pedreiro Eduardo Gomes Cavalcanti, que terá a missão de construir outra cisterna na comunidade Esperança, também no Complexo do Alemão. “Eu nunca tinha visto pessoalmente uma cisterna como essa, apenas na televisão”, disse. Até agora, ele afirma que não está tendo nenhuma dificuldade. “Só me espantei com a quantidade de arame para amarrar as placas”, destacou.
A construção da cisterna é uma das ações da ASA, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e a ONG Verdejar, na Cúpula dos Povos na Rio+20. A tecnologia tem capacidade para armazenar 16 mil litros e capta água da chuva que cai no telhado da casa e escoa através de calhas para o reservatório.
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