
Por volta das 16h do dia 19 de dezembro de 2012, uma quarta-feira, o sol ainda queimava o que já havia queimado na vegetação do município de Flores, no Sertão do Pajeú, distante 394 quilômetros do Recife. No Sítio São Bento, Sebastião de Sousa Diniz, 36 anos, e o pai, Nilton Neves Diniz, 70, alimentavam as 36 cabeças de gado e as 30 ovelhas de sua propriedade com um dos sacos de forragem que começaram a armazenar há mais de um ano. Não fosse a técnica aprendida, que permite manter o alimento em excelentes condições por até cinco anos, o cenário daquele celeiro, de vida e esperança, seria de morte. A mesma vista na beira da estrada que liga a zona urbana à zona rural da cidade, onde dezenas de esqueletos de animais entristeciam o caminho.
09.01.2013O verde que resiste à secaJornal - Diário de Pernambuco
Terça-feira, 18 de dezembro do ano passado. Às 5h30, a equipe de reportagem do Diario de Pernambuco saía do Recife rumo ao Sertão pernambucano. Na pauta, nada de terra seca, rebanhos perdidos, fome, tristeza ou morte. Apesar de a região viver a maior estiagem dos últimos 40 anos, repórter, fotógrafo e motorista percorreram 2.070 quilômetros em busca de pequenos produtores rurais que, contrariando a seca, uma realidade desalentadora e pouco ou nenhum apoio do poder público municipal, adquiriram técnicas de produção, tiveram educação agroecológica, assistência técnica e transformaram seus quinhões de terra em pequenos oásis sertanejos. Todos os homens e mulheres que, mesmo sem chuva, fazem brotar do chão antes árido o fruto de sua sobrevivência, e do rosto, sorrisos que iluminam tanto quanto o sol de todo dia.
08.01.2013Rachel de Queiroz: semiárido literárioJornal - O Povo
“E a morna correnteza que ventava, passeava silenciosa como um sopro de morte; na terra desolada não havia sequer uma folha seca”, assim Rachel de Queiroz interpreta a seca no semiárido. Nas páginas que se seguem da bela obra O Quinze, as vidas se cruzam no campo e na cidade, anunciam as possibilidades dos (re) encontros. Deriva, então, uma narração obstinada da condição humana sertaneja num momento cinzento do semiárido, que de certa forma está presente nos enlaces e processos constituintes de um modo de vida específico, que contém sua própria poesia, sua própria concepção de mundo.
07.01.2013Alimentos para comer ou jogar fora?Site - Blog Esther Vivas
Vivemos em um mundo de abundância. Hoje se produz mais comida do que em nenhum outro período na história. A produção alimentar se multiplicou por três desde os anos 60, enquanto que a população mundial, desde então, somente se duplicou. Há alimento de sobra. Mas 870 milhões de pessoas no planeta, de acordo com indicações da FAO, passam fome e 1 milhão e 300 mil toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente no mundo, um terço do que se produz. Alimentos para comer ou para jogar fora, esta é a questão.
28.12.2012São Francisco pode ser extinto, diz biólogoSite - Folha de São Paulo
Após quatro anos de monitoramento do rio e das obras de transposição de parte das águas do São Francisco, o biólogo José Alves Siqueira, 41, e outros 99 pesquisadores alertam: o rio está em processo de "extinção inexorável".